Um Tratado Mostrando que O Sétimo Dia Deve Ser Observado como O Sábado em vez do Primeiro Dia “SEGUNDO O MANDAMENTO”

Um Tratado Mostrando que O Sétimo Dia Deve Ser Observado como O Sábado em vez do Primeiro Dia “SEGUNDO O MANDAMENTO”


T. M. Preble [Thomas Motherwell Preble] era um pastor batista em New Hampshire. Foi expulso de sua igreja de origem quando aderiu ao movimento milerita. Aceitou a verdade do sábado por influência de Frederick Wheeler, que aceitou, tempos antes, o sábado do sétimo dia por influência de Rachel Oakes. Não obstante, dois anos depois Preble abandonou a mensagem do sábado chegando a escrever artigos contra o sábado do sétimo dia no periódico de “The World’s Crisis” e um livro intitulado “First-Day Sabbath”.


Tradução: Hugo Martins

O artigo “Um Tratado Mostrando que O Sétimo Dia Deve Ser Observado como O Sábado em vez do Primeiro Dia “SEGUNDO O MANDAMENTO”” [Original em Inglês: “A Tract, Showing That the Seventh Day Should Be Observed as the Sabbath, Instead of the First “According to the Commandment”] foi primeiramente publicado em 28 de fevereiro de 1845 no periódico “Hope of Israel” e, posteriormente, republicado, acrescido de um suplemento, na forma de tratado, em março de 1845 (Versão usada nesta tradução). O artigo encontra-se em domínio público.


Prefácio do Tradutor

Este artigo é de fundamental importância para a história da Igreja Adventista do Sétimo. José Bates, após a leitura deste artigo, e visitar Frederick Wheeler e Cyrus Farnsworth, em New Hampshire, aceitou a mensagem do sábado.

José Bates, por sua vez, em 1846, escreveu o livro “The Seventh Day Sabbath, a Perpetual Sign”. Tiago e Ellen White, após lerem esta obra de Bates, aceitaram, no outono desse ano, o sábado do sétimo dia.

Este material é melhor compreendido se visto como um estágio inicial do desenvolvimento da compreensão adventista do sétimo dia da verdade do sábado.


Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou (Êx 20:8–11).

AO LEITOR

O conteúdo das páginas a seguir fora primeiramente publicado em “The Hope of Israel” [A Esperança de Israel] em 28 de fevereiro de 1845.

Crendo, todavia, como eu creio, que o tema contido neste pequeno tratado é de tamanha importância, e desejoso de fazer o que estiver ao meu alcance para apresentar esta verdade aos verdadeiros filhos de Deus, sinto-me obrigado a publicá-lo na forma atual, com um suplemento, para que possa ter a mais ampla circulação possível. Que a bênção de Deus atenda este pedido, é a oração deste autor, março de 1845.

Breves Perguntas para O Leitor Responder antes de Ler a Página Seguinte:

Que autoridade você se baseia, no Antigo ou no Novo Testamento, para guardar qualquer dia como um Sábado, o dia de descanso?

Você encontra algum mandamento no Novo Testamento? Se não, por que você não observa o dia que é designado no Quarto Mandamento?

Tem este dia mudado? Se sim, quando e onde? Descreva, por favor, o capítulo e o verso.

Quando você era uma criança, seus pais, e outras pessoas, que ensinaram a você a guardar o “Sagrado Domingo” não apontaram o “Quarto Mandamento” como fonte autoritativa para tal? O que você pensa desta incoerência? O mandamento diz o sétimo dia, mas você ensinou a guardar o primeiro [dia].

Como poderia você repreender uma pessoa por trabalhar, ou qualquer outra coisa ela faça no domingo, ou primeiro dia da semana, sendo que você erra em trabalhar, ou em fazer outra atividade, no “Santo Dia” que o Senhor ordena ser observado como o sétimo dia, em vez do primeiro [dia]?

O Sábado e Os Santos Dispersos pelo Mundo

Acreditando na importância de ter a verdade em todas as questões, e especialmente aquelas relacionadas a vinda imediata de Cristo, apresentarei uma poucas considerações sobre o Sábado; não pela controvérsia em si, mas em consideração ao verdadeiro “Israel” que busca a “promessa” e “redenção” breves.

Aprecio muito as observações do Irmão Miller em sua “Exposição sobre O Grande Sábado” porque acredito que elas são verdadeiras. Falando do Sábado, escreve ele:

“Por estar contido nos Dez Mandamentos, escritos pelo dedo de Deus, em ambas as tábuas do testemunho, esculpido na pedra,[1] como um sinal eterno,[2] e uma aliança perpétua, prova, em minha opinião, sem sobra de dúvidas, que é tão imperativo para a igreja cristã quanto para o judaísmo, do mesmo modo, pela mesma razão” (Life and Views, p. 157).

[Eu espero que todos deem uma atenção especial nessas observações do Irmão Miller, e, também, às minhas referências no final da página].

Novamente, falando sobre o Sábado, na página 160, ele o descreve como um sinal:

É um sinal em vista de Deus ter- nos dado ele expressamente para esse propósito.” Veja nosso teste: “Entre mim e os filhos de Israel,” isto é, entre Deus e os filhos de Israel. Agora, evidentemente, surge uma outra questão: quem são os filhos de Israel? Eu respondo. Enquanto a primeira aliança estava em vigor, eles eram os filhos de Jacó, descendentes das doze tribos; mas eles quebraram essa aliança (ver Lv 25:2, 15 e, também, Dt 31:10–16). Esta aliança foi quebrada quando Moisés profetizara. Jesus Cristo fizera, então, uma nova aliança que continuou o sinal do Sábado, e preparou um outro povo ao escrever sua lei em seus corações. Esses são, agora, o verdadeiro Israel; por a mudança dos mandamentos nunca ocorreu, não se pode mudar a lei moral de Deus. Paulo defende, então, a circuncisão do coração, e diz que “nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência; Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa.” Portanto, se os filhos de Deus são o verdadeiro Israel, e se o Sábado foi dado como um sinal eterno, e uma aliança perpétua, pergunto eu: como ele pode ser abolido enquanto há um israelita restante para clamar a promessa? Você tem, evidentemente, observado que todas dificuldades em torno da questão do sábado entre os cristãos surgiram da tolice, da noção judaizante, que Israel significa, unicamente, o judeu literal. Mas quando compreendemos que Israel significa povo de Deus, as dificuldades, cada homem deve reconhecer, esvaecem-se todas.

Digo eu, e acredito estar fundamentado pela Bíblia, que a lei moral nunca foi dada ao judeus, exclusivamente, como um povo, mas foram eles, por alguma razão, os guardiões encarregados. E por meio deles, a leis, os oráculos e o testemunho têm sido entregue a nós [hoje]. Veja a razão clara dada por Paulo em Romanos, nos capítulos 2, 3 e 4 nesse ponto. Diz, então, o objector: estamos sob a mesma obrigação de guardar os sábados de semanas, meses e anos, assim como os judeus estavam. Não, senhor; você observará que esses não estavam incluídos no decálogo; eles eram um adendo, acrescentados em razão da transgressão, até que o descendente viesse, a quem a promessa de um dia eterno, ou sábado de descanso, fora feita. “Assim, ainda resta um descanso sabático para o povo de Deus” (Hb 4:9 [NVI]). Apenas um tipo de sábado fora dado a Adão, e uma única razão ainda nos resta: “Farei cessar todo o seu gozo, as suas Festas de Lua Nova, os seus sábados e todas as suas solenidades” (Os 2:11). Todos os sábado judaicos cessaram quando Cristo os pregara na cruz. “tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo” (Cl 2:14–17). Esse foram chamados, apropriadamente, de sábados judaicos. Oseias diz: “seus sábados”. Mas o sábado do qual estamos falando, Deus chama de “meu sábado.” Aqui está uma clara distinção entre o sábado da criação e o sábado cerimonial.[3] Aquele é perpétuo; os outros eram, meramente, sombras das coisas boas porvir, e são limitados a Cristo. O sábado que permanece é para ser guardado no primeiro dia de cada semana, como um sinal perpétuo, que quando Cristo tiver encerrado a obra de redenção, devemos entrar nesse descanso que permanece para o povo de Deus, que será um descanso eterno.

Os sentimentos expressos no excerto acima, acredito eu serem verdadeiros, exceto a parte final onde é dito que “O sábado que permanece é para ser guardado no primeiro dia de cada semana, como um sinal perpétuo,” etc. Agora, pergunto eu, como pode ser assim? Se guardamos o primeiro dia como “um sinal,” não vejo como podemos ter nosso descanso de mil anos na nova terra dizendo ser o oitavo milênio, como o primeiro dia seria o oitavo, reconhecendo-o na ordem sucessiva da criação. Mas todos, como crentes do advento, temos, e ainda esperamos, pelo nosso descanso no sétimo milênio. Portanto, penso eu, deveríamos guardar o “sétimo dia” como “um sinal”, “de acordo com o mandamento.“ Conheço as razões que são dadas em favor da guarda do primeiro dia, e uma vez já me satisfizeram, mas falham agora, após um profundo exame do assunto.  Diz-se que a ressurreição de Cristo,—e seu frequente encontro com os seus discípulos no primeiro dia da semana—em conjunto com a prática dos apóstolos, são razões suficientes para observar o primeiro dia da semana. Em relação à ressurreição de Cristo ter sido no primeiro dia da semana, eu não a negarei, embora alguns possam pensar sê-la necessária de prova. À respeito do frequente encontro de Cristo com os seus discípulos no primeiro dia, penso não termos nenhuma prova positiva que ele se encontrava com eles neste dia, à exceção de uma única vez que eles se reuniram para adoração, e encontramos essa [ocasião] em João 20:19. Em Mateus, tudo o que se diz é: “e [Ele] vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. É como vos digo!” (Mt 28:7). Marcos diz: “ Depois disto, manifestou-se em outra forma a dois deles que estavam de caminho para o campo. . . . apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa . . .” (Mc 16:12–14). Lucas se expressa do mesmo modo que Marcos. Lucas 24:13–15, 30, 33, e 36. João parece ser um pouco mais definido e diz: “Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro[4] da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio . . . (João 20:19). No verso 26, ele diz: “Passados oito dias . . .”. Não o oitavo dia depois, como deveria ser, encontra-se Cristo com ele no próximo primeiro dia. Em João 21:1–3, vemos que ele se encontrou com ele no mar de Tiberias onde os discípulos estavam tentando pegar peixe. Vemos, portanto, que Cristo apareceu aos discípulos enquanto eles estavam “de caminho para o campo”—quando “estavam à mesa”— e quando eles estavam “pescando,” mas apenas uma vez quando eles estavam reunidos para adoração, exceto quando estavam à mesa, ou juntos—quando se lê nas entrelinhas que era considerado um encontro de adoração.

Em relação à prática dos apóstolos, há apenas um encontro dos discípulos no primeiro dia da semana, mencionado no Novo Testamento, e esse encontra-se em Atos 20:7. Mas há muitos encontro registrados, realizados no sábado.

Sei que 1 Co 16:2 é considerado uma prova a respeito do primeiro dia; mas quando examinado, penso eu, prova-se o contrário. Diz: “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade . . .” (1 Co 16:2). A expressão “cada um de vós ponha de parte,” penso eu, explica, claramente, que eles estavam em casa em vez de um encontro. Apocalipse 1:10 é o único outro lugar que pode ser construído em favor do primeiro dia—João diz: “Achei-me em espírito, no dia do Senhor.”—Agora, quem sabe se ele se referia ao primeiro ou ao sétimo dia? Penso eu o último porque é chamado de “O sábado do SENHOR, teu Deus” (Êx 20:10), mas o primeiro não é em lugar alguma chamado assim!!

Em relação ao sábado, Cristo diz: “O Filho do Homem é senhor também do sábado“ (Mc 2:28). Não um sábado [qualquer], mas o sábado. Ele, também, diz: “O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Mc 2:27). Ele não diz que o sábado foi estabelecido por causa dos judeus, e um sábado para os gentios, mas “O SÁBADO foi estabelecido por causa do homem.”—Toda a humanidade. Alguns pensam que nosso primeiro dia é, na realidade, o sétimo, mas isso é resolvido quando examinamos Mateus 28:1, Lucas 23:56 e 24:1, onde uma distinção clara é feita entre os dois dias. Mateus diz: “No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana.” Lucas diz: “E, no sábado, descansaram, segundo o mandamento. Mas, no primeiro dia da semana, alta madrugada.”

Após ter examinado o costume antigo em relação ao primeiro dia, veremos, agora, o que estava relacionado com o sétimo, ou sábado. A primeira passagem que eu destaco é justamente aquela citada em Lucas 23:56: “Então, se retiraram para preparar aromas e bálsamos. E, no sábado, descansaram, segundo o mandamento.” Anote isto: “E, no sábado, descansaram, SEGUNDO O MANDAMENTO.” Atos 13:42 diz: “Ao saírem eles [da sinagoga], rogaram-lhes que, no sábado seguinte, lhes falassem estas mesmas palavras.”[5] Verso 44: “No sábado seguinte, afluiu quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus.” Atos 16:13: “No sábado, saímos da cidade para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração.” Atos 17:2: “Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras.“  Isto é: “cada sábado.” Atos 18:11: “E ali permaneceu um ano e seis meses.” Agora, se era o seu “costume” arrazoar na sinagoga “CADA sábado”, ele deve ter, neste lugar, observado 78 sábados. É evidente que Cristo tinha em mente a observância do sábado, pois, a respeito da destruição de Jerusalém, em 70 E.C., ele disse:“Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado” (Mt 24:20). Mas se esta “tribulação” que se fala, tem referência à “perseguição papal”, como muitos creem, então eles estariam observando o sábado em um período muito posterior. Paulo, em Hb 4:4, diz: “Porque, em certo lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera.”—Não o primeiro, mas o sétimo dia.

Uns poucos fatos a mais, agora, para mostrar o que aqueles que guardam o primeiro dia têm que reconhecer. Na Encyclopedia of Religious Knowledge [Enciclopédia do Conhecimento Religioso],—Artigo Sábado—lemos:

“O sábado fora designado na criação do mundo, e santificado, ou colocado à parte para santos propósitos, “para o homem,” para todos os homens, e , portanto, para os cristãos, desde que nunca houvera qualquer rejeição da instituição original. A isto acrescentamos que se a lei moral é a lei dos cristãos, o sábado está, então, explicitamente, ligado tanto a eles quanto aos judeus. Mas essa lei moral é nossa lei, assim como a lei dos judeus, todos, a não ser os antinomianos, devem reconhecê-la; e poucos, suponhamos nós, estãrão inclinados a correr nas enrascadas terríveis desse erro intencionando noções frágeis como a obrigação do sábado; enrascadas as quais, entretanto, eles devem estar metidos, se eles negam a lei do decálogo ser obrigatória.”

No discurso para “Lord’s Day Convention” [A Convenção do Dia do Senhor], realizada em Baltimore, em 1844,—da qual John Quincy Adams era Presidente,—encontramos este destaque recomendando a observância do sábado cristão: “É uma lei de Deus, coeva com a criação. É uma das poucas selecionadas nos Dez Mandamentos, breve, mas a expressão compreensiva da sua vontade.”

Desses extratos, vemos que quarto mandamento é reconhecido como sendo a nova obrigação sobre nós. Oh! Esses homens eram coerentes. Leitor, você será? Deus garante que você pode.

Na página de título da “Second Advent Library” [Biblioteca do Segundo Advento], nº 38, escrito “Por S. Bliss,” em “The Chronology of the Bible” [A Cronologia da Bíblia], assim lemos:

“para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2 Pe 3:8).

“O sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus” (Êx 20:10).

“Também lhes dei os meus sábados, para servirem de sinal entre mim e eles” (Ez 20:12).

“porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir” (Cl 2:17).

Veja que reconhecimento este por parte de S. Bliss!

Uma palavra, agora, em relação à história. O tanto quanto pude examinar, durante os últimos seis meses, desde que me tornei convicto neste ponto, descobri, ser verdadeiro o seguinte. Os discípulos, evidentemente, guardavam o primeiro dia da semana como um festival, em comemoração à ressurreição de Cristo, mas nunca como o sábado. Um controvérsia, entretanto, iniciou-se no fim do primeiro século se ambos os dias deveriam ser guardados, ou apenas um; e se um deles deveria ser deixado de lado, qual deles, o primeiro dia ou o sétimo. Esta controvérsia aumentou séculos depois até em 603 E.C., quando o Papa Gregório promulgou uma lei abolindo o sábado do sétimo dia, e estabelecendo o primeiro dia.[6]

Eusébio diz que Constantino “ordenou, por todo o Império Romano, que o primeiro dia da semana deveria ser observado com um sábado.”[7] “O Parlamento da Inglaterra se reunia nos domingos até o tempo de Ricardo II.”[8] “A primeira lei da Inglaterra feita para se guardar o domingo foi no tempo de Eduardo VI, cerca de 1470.” No livro do Bispo Ely, escrito em 1635, ele diz: “Nos dias de São Jerônimo, os cristãos mais devotos, trabalhavam no primeiro dia da semana.”

E João Calvino, em sua “Institutas,” p. 128,[***] diz: “Os antigos padres colocaram, no lugar do sábado, o dia que chamamos de domingo.” Anote isto ! Os antigos padres que o fizeram! Não o Deus dos céus!! A quem obedeceremos?

Vemos, portanto, que Daniel 7:25 se cumpriu, o “chifre pequeno” mudou “os tempos e as leis.” Parece, então, a mim, que todo aquele que guarda o primeiro dia da semana como “o sábado” é guardador do domingo do Papa!! e QUEBRANTADORES DO SÁBADO DE DEUS!!!

Da verdade é o que estou a procura. Se eu tivesse um único dia a passar nesta terra, desistiria do erro em prol da verdade o tanto antes quanto pudesse percebê-la. Que o Senhor nos dê sabedoria, e ajude-nos a guardar todos os seus mandamentos para que tenham “o direito à árvore da vida” (Ap 22:14).

Que você esteja diariamente buscando e pacientemente “aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tt 2:13).

SUPLEMENTO

A palavra sábado significa “descanso”. Domingo [Sunday em inglês] é assim chamado porque era dedicado ao [Deus] Sol pelas nações pagãs no norte da Europa.

Vemos, nisto, então, idolatria.

A palavra domingo nunca ocorre na Bíblia, e em nenhum lugar a palavra sábado se aplica o primeiro dia da semana, mas ser refere, sempre, ao sétimo dia.

Diz-se que a mesma porção de tempo que constitui o sétimo dia da criação não poderia ser observado em todas as partes da terra, em razão dos diferentes graus de latitude e longitude.

A objeção, entretanto, não tem valor algum a meu ver, pois o Sol deve nascer neste continente ao mesmo tempo que na criação do mundo. Portanto, embora o Sol possa nascer em uma hora diferente na Palestina da hora que nasce aqui, mesmo assim não fará diferença no tempo de início do sábado na sexta a noite e terminando no fim da tarde do sábado.

O questionamento que geralmente se faz, se não seria melhor agora, como a prática de guardar o primeiro dia tem se tornado tão comum, continuar a observá-lo, mesmo que não seja o verdadeiro sábado, pois uma mudança de dias tornaria muito mais difícil gerenciar nossos afazeres seculares—reunir-se, etc.?

Este questionamento pode ser facilmente respondido, a saber, fazendo um outro questionamento: “se é correto aos olhos de Deus ouvir aos homens mais do que a Deus, pense”.

Sei, por experiência [própria], que há algumas dificuldades para se guardar o sábado de Deus. Mas o que importa? Este pecado teria, sempre, se oposto a verdade, e aqueles que o praticam sempre o farão. Quanto a mim, prefiro obedecer a Deus, e ter Sua aprovação aqui, e, finalmente, alegrar-me com as bênçãos da nova terra—ainda que todos os homens me odeiem—do que ter a aprovação dos homens aqui, e perecer no final. Ou em outras palavras, e na linguagem de uma outra pessoa: “Preferiria ir ao Céu sozinho do que ao Inferno com a multidão.” E como temos todos os motivos para, diariamente, buscar a vinda do Senhor e irmos a juízo. Que o leitor e o escritor guardem todos os mandamentos de Deus para possamos estar prontos para esse dia.

AMÉM.


Notas

[***] N. do Trad.: Esta colocação não é de Calvino, consequentemente não se encontra nas Institutas do reformador. É uma citação secundária errônea de outro autor.

[1]Ver Êx 34:28, Dt 4:13 e Dt 10:4.

[2] Êx 31:17 e Ez 20:12.

[3] Espero que todos tenham nota a distinção que o Irmão M. faz entre o sábado judeu e o sábado de Deus; esta é, evidentemente, verdadeira.

[4] Devemos todos observar quando quer que a frase “primeiro dia da semana” ocorre no Novo Testamento, a palavra dia está em itálico mostrando que não está no original, mas acrescentada pelos tradutores.

[5] Muitos dizem que os judeus apenas observavam o sábado; mas esta passagem, assim como outras, mostra-nos, claramente, que os gentios observavam o sábado—Ver Atos 18:4 sobre este ponto.

[6] Baronius, Councils, p. 603.

[7] Eusebius, Life of Constantine, Vol. 4, Caps. 17 e 18.

[8] Bampfield’s Enq. p. 116.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *