Questões Mal Interpretadas sobre O Tempo do Fim: Cinco Mitos no Adventismo

Questões Mal Interpretadas sobre O Tempo do Fim: Cinco Mitos no Adventismo


Jiří Moskala Th.D., Ph.D., é Professor de Teologia e Exegese do Antigo Testamento e Diretor do Seminário Teológico Adventista da Andrews University em Michigan. Moskala começou o seu ministério como pastor na União Checoeslovaca, e fê-lo até 1989. Quando o regime comunista caiu após a Revolução de Veludo, ele estabeleceu o primeiro Seminário Teológico de Praga e serviu ao mesmo como seu primeiro reitor. Moskala também foi diretor da Sociedade de Vida e Saúde, Departamento de Educação e do Departamento de Saúde da União Checoeslovaca.


Tradução: Hugo Martins

“Questões Mal Interpretadas sobre O Tempo do Fim: Cinco Mitos no Adventismo” (Original em Inglês:“Misinterpreted End-Time Issues: Five Myths in Adventism”) é uma publicação do JATS (Journal of Adventist Theological Society). Usado com permissão.


Questões Mal Interpretadas sobre O Tempo do Fim: Cinco Mitos no Adventismo

Quando eu aceitei Jesus Cristo como meu Salvador pessoal, na minha adolescência, eu me regozijei genuinamente com o dom da salvação. No entanto, quase ao mesmo tempo, eu fiquei profundamente perturbado e perplexo por uma mensagem pregada por alguns pastores a respeito dos eventos dos últimos dias. Eles afirmavam que ninguém pode ter a certeza da salvação porque não sabemos quando os nossos nomes serão chamados durante o juízo pré-advento. Assim, como me fora explicado, somente no final dos tempos, após o período da sacudidura, os crentes saberiam, se eles tivessem passado pela investigação e, por conseguinte, ter a certeza da sua redenção. Eu fiquei profundamente frustrado porque eu queria ser salvo, ter a certeza do perdão dos meus pecados, experienciar a alegria da salvação, e receber o selo de Deus, mas esta tamanha incerteza me levou a uma autoexaminação não saudável.

Este ensinamento parecia estar em contradição direta com a instrução explícita da Sagrada Escritura (ver textos como Jo 1:12; 3:16-17, 36; 5:24; 6:47; 1 Jo 1:7-9; 2:1, 28; 4:17; 5:12-13), e eu não sabia o que fazer com todas essas declarações e com a insegurança que eu sentia; o quanto esta tensão torturou minha consciência. Salvação é uma realidade futura, eles insistiram, e eu fiquei profundamente confuso e desanimado porque por um lado eu acreditava que estava salvo em Jesus Cristo (apesar de toda a minha fragilidade, Ele é o meu Salvador!), mas por outro lado eu tinha de esperar por um selo de Deus para estar aprovado no final do período probatório. Eu não fui capaz de encontrar sentido em meio a tantos pensamentos contraditórios.

Minha vida espiritual ficou desequilibrada, e eu vivia com medo do futuro. Mesmo acreditando em Deus, eu fiquei desconcertado porque, se eu tivesse de esperar até tempo do fim para saber ao certo o que me aconteceria, no fim tudo poderia ser diferente. E, é claro, o tempo de provação estava pintado com cores medonhas, sendo, assim, um pesadelo para pensar sobre o tempo do juízo e da Segunda Vinda de Cristo. Sentimentos de que eu estava perdido trouxeram-me uma sensação aguda de desespero em que eu jamais pertenceria ao reino dos céus e, portanto, não conseguiria. Minha fé ficou abalada, e pensamentos sobre minha fé enfraquecida me levaram a concluir que, provavelmente, tudo o que eu fiz foi em vão, e talvez tenha me enganado com a ideia de estar salvo em Cristo.1 A ideia de que ataques ainda mais fortes contra a nossa fé viriam no fim da história do mundo apenas aumentava minha ansiedade. Como eu poderia sobreviver durante esse tempo quando a misericórdia não mais seria concedida?

Pior do que isso, foi-me dito que no final da história humana, quando o tempo da graça encerrasse e a porta da misericórdia de Deus fechasse e os ataques de Satanás se intensificassem, eu teria de viver sem qualquer ajuda de Deus até os eventos finais, apenas por conta própria, porque o Espírito Santo seria retirado da terra e Jesus deixaria de ser nosso intercessor. Desse modo os crentes ficariam sozinhos e à própria sorte. Se passei aperto até agora, como poderia suportar quando a ira e as artimanhas de Satanás culminariam sem quaisquer restrições?

Por causa deste pensamento equivocado e distorcido, como entendo hoje, fora-me privada a certeza e a alegria da salvação. Eu estava apavorado com Deus, com pânico do Seu juízo temia o tempo do fim, concentrando em mim mesmo, em meu desempenho e realizações, e vivia com esquizofrenia espiritual. Era uma situação muito infeliz quando minha atitude para com Deus não estava construída e não estava motivada pelo amor pelo que Ele fizera e faz graciosamente por mim. Sem necessidade de frisar, era um tamanho conflito de fé durante a minha juventude com muito temor e ansiedade.

Quando analiso minha incerteza hoje, compreendo que minha experiência cristã desagradável estava alicerçada sobre cinco más interpretações que afirmavam que a Bíblia e/ou o Espírito de Profecia: (1) ensina que os crentes somente receberão o selo de Deus no fim do tempo; (2) dizem que não se pode ter a certeza da salvação; (3) afirmam que crentes vivos podem se convocados e examinados no juízo pré-advento a qualquer momento; (4) proclamam que, após o fim da graça, o Espírito Santo será removido da terra, significando que até mesmo os crentes ficarão sem qualquer auxílio sobrenatural; e (5) declaram que os crentes em Jesus Cristo estarão à própria sorte quando a porta da misericórdia for fechada porque Cristo cessará de ser seu intercessor, pois o caráter deles deve ser forte a fim de saírem vitorioso contra as forças do mal neste curto período final de tempo. Compreendo agora que eu não posso conseguir por conta própria porque a salvação é um dom imerecido de Deus, do começo ao fim, para os pecadores arrependidos que se entregam e aceitam Ele como seu Salvador pessoal por meio da fé. É apenas esta graça excelsa de Deus que nos torna aptos para o reino de Deus.

Mesmo sendo impossível em um único artigo lidar profundamente com todas essas cinco importantes questões, não obstante, o tanto quanto possível, resumirei os pontos crucias de cada uma delas. Permita-me salientar que todas as cinco opiniões são mitos adventistas, proposições falaciosas conjecturadas sobre pressuposições falsas, e necessitam ser corrigidas porque apenas a verdade pode nos libertar (Jo 8:31–32). Todas elas são errôneas em sua essência. Seu modo de pensar é uma conjectura humana que mistura verdade com erro porque a Bíblia e os escritos de Ellen G. White apresentam um quadro diferente. Permita-me explicar o porquê este tipo de teologia é fatalmente errada e como esses erros distorcem o ensinamento bíblico, bem como o verdadeiro ensinamento bíblico suportado pelo Espírito de Profecia que nos liberta, é confiável, fiel, alegre e pleno de vida.

  1. Os Dois Selos de Deus: O Selo do Evangelho e O Selo Apocalíptico

A Bíblia ensina a respeito de dois selos de Deus, não um. Esta foi uma descoberta bíblica surpreendente e inesperada para mim porque nunca me foi dito qualquer coisa sobre haver dois selos. Foi um profundo alívio quando eu li a epístola de Paulo aos Efésios onde, em dois lugares, descobri esta mensagem confortante e encorajadora sobre o primeiro selo de Deus que me ajudou a mudar a minha mente, abandonar a minha esquizofrenia espiritual e aprofundar a minha identidade Adventista. Minha caminhada Cristã com o Senhor mudou, a alegria apareceu e eu vitoriosamente superei minha crise de fé.

Esses dois selos são diferentes, dado em momentos diferentes, mas complementares. Somente quem receber o primeiro selo receberá o segundo (assim como o dom do Espírito Santo: somente aqueles que recebem a chuva temporã receberão a chuva serôdia). O primeiro selo é recebido no início da nossa jornada espiritual com nosso gracioso e maravilhoso Senhor e o segundo no fim do tempo, pouco antes do fim do tempo da graça. Onde podemos encontrar fundamentação bíblica para estes fatos bíblicos?

O Primeiro Selo

A passagem bíblica relevante é a seguinte: “Quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados em Cristo com o Espírito Santo da promessa, que é a garantia da nossa herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua glória” (Ef 1:13–14).2 Paulo afirma claramente que no momento em que alguém entrega a sua vida a Jesus, e nEle acredita, o Espírito Santo sela (grego: sphragizō) esse crente em Cristo para o dia da redenção, Que verdade maravilhosa, libertadora e tranquilizadora! O Espírito de Deus marca os seguidores de Cristo com o selo da salvação no momento em que eles creem. Eu proponho chamar este selo de “o selo do Evangelho.”

Esta clara afirmação trouxe grande alívio para o meu coração atormentado. Pela primeira vez na minha vida, eu entendi claramente que eu não precisa esperar até o tempo do fim, para ser selado por Deus, porque no momento em que eu comecei a confiar nEle e entregar minha vida a Jesus, eu estava selado, marcado pelo Espírito Santo. Essas foram boas novas incríveis para mim. Ellen White conecta o selamento à conversão: “Se os jovens e as crianças entregassem o coração a Cristo, que exército poderia então ser suscitado para levar outros à justiça Mas os pais não devem deixar esta obra exclusivamente para a igreja. . . . Não há muitos pais e mães pondo suas responsabilidades nas mãos de outros? Não pensam muitos deles que o pastor deve tomar o encargo e preocupar-se para que seus filhos se convertam e o selo de Deus seja posto neles?”3

A expressão grega (esphragisthēte)4 ocorre apenas duas vezes no Novo Testamento, a saber, em Efésios 1:13 e 4:30, e sempre em relação ao crer em Cristo. Preste atenção na afirmação de Paulo de que o selamento pelo Espírito Santo é um evento passado em ambos os textos: “vocês foram selados.” Os crentes em Cristo são selados pelo Santo Espírito para o evento futuro de redenção total. Ninguém pode colocar um selo em si mesmo. É ação de Deus por nós a qual não há “mas” ou “talvez”. Permanecendo em Cristo, temos esta certeza da salvação para a Segunda Vinda de Jesus Cristo e para o juízo final (1 Jo 2:28; 4:17). Este é o porquê Paulo encoraja os crentes: “Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados [grego: esphragisthēte] para o dia da redenção” (Ef 4:30).5 Ele, então, lhes exorta a manter um comportamento ético apropriado e uma obediência que flui de uma fé viva (ver, em poucas palavras, sobre ética cristã em Ef 4:31–5:2). A selagem é dom de Deus, a Sua resposta à nossa abertura e à nossa entrega a Ele. Note que os crentes já têm o Espírito Santo, e por esse motivo, eles não devem decepcionar e entristecer-lO por ações e comportamentos errados descritos nesta passagem. O propósito desta frase é uma exortação para não entristecer o Espírito Santo, porque temos Ele e precisamos nos relacionar corretamente com Ele, cumprindo a vontade de Deus. Por viver de modo contrário a Ele, cujo selo de titularidade que usamos e em violação do nosso destino eterno? Precisamos não apenas nos casar com Jesus, mas precisamos permanecer casados com Ele.

A sequência de ideias na passagem de Efésios é clara: (1) ouvimos a palavra da verdade, o evangelho da salvação; (2) cremos em Deus, Jesus Cristo; (3) fomos selados pelo Espírito Santo; (4) o Espírito Santo nos é dado como um depósito (grego: arrabōn, Ef 1:14; 2 Co 1:22), ou como primícias (grego: aparchē, Rm 8:23-24), o que significa que Ele é um penhor e uma garantia da nossa salvação/redenção. Assim, o Espírito Santo é a garantia da nossa herança, isto é, da nossa salvação. Ele está garantindo a nossa redenção, pois quando formos propriedade de Deus em nossa totalidade, no fim do tempo, teremos, então, um relacionamento perfeito com Deus, face a face.6

O dom do Espírito é como um adiantamento da herança que temos em Deus. Esta primeira recompensa garante os pagamentos futuros totais. O Espírito é a primeira parcela da nossa salvação, a promessa e a garantia de que toda a herança e a salvação futura será liquidada. A salvação não depende dos nossos feitos, performance ou ações, é completam e exclusivamente a obra de Deus. O termo grego arrabōn (substantivo nominativo masculino singular comum) significa penhor, garantia (do que está por vir); este termo é usado também em 2 Coríntios 1:22, onde o selamento e a garantia são colocados juntos, e em 2 Coríntios 5:5, onde viver pela fé é subentendido e o Espírito Santo nos é dado como um depósito ou como um fiador.

Selamento no tempo do Antigo Testamento tinha várias funções. As funções principais eram três: (1) um sinal ou prova de autenticidade; (2) um sinal de propriedade; (3) um sinal de aprovação, como uma assinatura para nós hoje. Por selar, Deus proclama que nós pertencemos a Ele, que somos a Sua propriedade, que Ele aprova e aceita a nossa pequena fé, a fim de que cresçamos Nele, e que Ele ajudar-nos-á a viver uma vida autêntica de amor, fé e esperança (1 Coríntios 13:14). Todas essas nuances são relevantes para o selamento de Deus de todos aqueles que Nele acreditam. No tempo de Paulo, o selamento era também um sinal de propriedade, titularidade, bem como uma aprovação de um produto. Era como uma assinatura e dava um sentido de autenticidade. “Ora, é Deus que faz que nós e vocês permaneçamos firmes em Cristo. Ele nos ungiu, nos selou como sua propriedade e pôs o seu Espírito em nossos corações como garantia do que está por vir” (2 Co 1:21). “Foi Deus que nos preparou para esse propósito, dando-nos o Espírito como garantia do que está por vir” (2 Co 5:5). A propriedade é vista como propriedade de Deus de Seu povo, e não a propriedade da salvação deles (v. 14; ver também Ml 3:17).

O “você” em Efésios 1:13 e 2:11 se refere aos crentes gentios em Cristo. Através de sua união com Cristo, eles pertenceram a Ele, e o Espírito Santo colocou o Seu selo sobre eles, a fim de selar esse relacionamento. Assim, aqui, não há incerteza da salvação quando o Espírito Santo é o Salvaguardador dessa redenção. Tendo crido, eles são selados pelo Espírito para o dia da redenção. É significativo que o selamento pelo Espírito é mencionado em ambas as partes desta epístola de Paulo: (1) na primeira parte, que é mais teológica ou doutrinária, Paulo apresenta o indicativo do Evangelho ou raiz da nossa salvação e lembra aos cristãos de seu chamado e das riquezas da graça de Deus (caps. 1-3). Em seguida, (2), na segunda parte, que demonstra as consequências da salvação, a saber, o imperativo do Evangelho e o comportamento ético, ele exorta os seguidores de Cristo a viver de forma apropriada com o seu chamado, para mostrar por meio da obediência os frutos de sua fé, e explica como a louvar o Senhor no caminhar fielmente a Cristo (capítulos 4–6).

O Segundo Selo

O outro selo de Deus é descrito no livro de Apocalipse. Este selo não está em contradição com o primeiro, mas é complementar, correspondente. Este selo é como se fosse um carimbo final no documento finalizado. Seu propósito não está focado na salvação ou na redenção, mas tem a ver com proteção. Ezequiel 9 demonstra claramente que somente aqueles que são selados estão protegidos da destruição iminente. O que aconteceu antes da queda de Jerusalém em 587/6 A.E.C. é um arquétipo para a marcação dos fiéis seguidores de Deus com o selo de Deus no tempo do fim (ver 9:3–6). No livro do Apocalipse, aqueles que têm o selo de Deus estão protegidos das últimas sete pragas antes do derramamento da ira de Deus. As ordenanças foram similares: “Mas não toquem em ninguém que tenha o sinal” e João registra a ordem para os quatro anjos: “Não danifiquem” (Ap 7:3). O selo de Deus protege o povo de Deus no tempo do derramamento do juízo divino da condenação.

Este selo afirma os filhos fiéis de Deus no tempo do fim. Não é por acaso que no clímax da mensagem dos três anjos o Espírito de Deus diz: “Sim, eles descansarão das suas fadigas, pois as suas obras os seguirão” (Ap 14:13b). Estes fiéis são a herança de Deus, descansando no Senhor até o dia da redenção. A salvação nunca é um empreendimento antropocêntrico, mas teocêntrico. Não podemos operá-la com nossas mãos. Nós não possuímos salvação, vem a nós como dom preparado por Deus que podemos apenas aceitar ou rejeitar. Deus nos possui, pertencemos a Ele. Necessita-se permanecer “em Cristo,” e este é “um tema central em Paulo.”7 Cristo é o Salvaguardador de nosso selamento porque Ele recebeu um selo de aprovação em Sua obra de salvação em nosso favor quando Ele viveu na terra: “Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes dará. Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação” (Jo 6:27).

Este selo escatológico ou apocalíptico (grego: sphragis) está claramente descrito em Apocalipse onde os seguidores fiéis de Deus recebem-no no fim do tempo a fim de poderem passar pelos eventos finais e estarem protegidos das sete pragas (Ap 7:2–3; 9:4; 14:9). Este selo de Deus está em contraste com o selo/marca da besta, e o povo é enfaticamente advertido a não receber o selo/marca da besta (Ap 13:16–17; 14:9, 11; 16:2; 19:20; 20:4) porque os destinatários desta marca não estão prontos para a Segunda Vinda de Cristo e perecerão. Ranko Stefanovic pertinentemente comenta:

Todas as classes da sociedade humana são ordenadas a receber a marca da besta. Para receber a marca da besta significa pertencer a besta e adorá-la. A marca da besta é, portanto, uma antítese do selo de Deus (14:1). Bem como o selo identifica aqueles que pertencem a Deus, a marca da besta identifica aqueles que pertencem e adoraram a besta.

Enquanto o selamento significa a presença da obra do Espírito Santo em corações humanos (Ef 1:13–14; 4:30), a marca da besta contrafaz a obra do Espírito Santo.8

Ademais, o selo de Deus “no fim do tempo funciona como um sinal de proteção. Aqueles que têm o selo de Deus em suas frontes estão protegidos contra as forças destrutivas das sete últimas pragas. Estes são aqueles que são capazes de suportar o grande dia da ira (Ap 7:3).”9

O primeiro selo pode ser chamado de “selo do Evangelho” e o segundo “selo apocalíptico.” O primeiro é um selo da salvação e o segundo é o selo de proteção. Eles são insubstituíveis e não podem ser trocados. O selamento é operado pelo Espírito Santo. Um selo é um selo de aceitação, o outro é um selo de ratificação final. O primeiro selo é declarativo, o segundo afirmativo. Este segundo selo confirma a fidelidade deles em seguir o Cordeiro e a liderança de Deus em suas vidas, fazendo a Sua vontade, guardando os Seus mandamentos e vivendo de acordo com a Sua Palavra revelada (Ap 12:17; 13:10; 14:4-5, 12; 17:14; 19:10). Eles foram selados pelo Espírito no momento de sua aceitação de Jesus Cristo como o seu Salvador, mas, de acordo com o livro de Apocalipse, eles continuarão a caminhar com Deus a fim de receber selo escatológico final de Deus no fim do tempo e serem capazes de suportar o confronto final e estarem diante do Filho do Homem (Lucas 21:36). Embora o selo do Evangelho possa ser quebrado por rebelião e não arrependimento, o selo apocalíptico é permanente.

2. A Certeza e A Alegria da Salvação

A certeza da salvação é claramente ensinada nas Escrituras. Deus declara que podemos ter plena confiança e uma certeza ousada quando estamos em Cristo no tocante ao julgamento divino, e a Sua Segunda Vinda.10 Estudar cuidadosamente os seguintes textos: (1) “Digam aos desanimados de coração: Sejam fortes, não temam! Seu Deus virá, virá com vingança; com divina retribuição virá para salvá-los” (Is 35:4); (2) “Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida” (Jo 5:24); (3) “Filhinhos, agora permaneçam nele para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos envergonhados diante dele na sua vinda” (1 Jo 2:28); (4) “Dessa forma o amor está aperfeiçoado entre nós, para que no dia do juízo tenhamos confiança, porque neste mundo somos como ele” (1 Jo 4:17). Em ambos os textos de 1 João, salienta-se que os cristãos dedicados fiéis devem ter confiança (grego: parrēsia) e certeza ousadas para o Dia do Juízo e da Sua vinda. O apóstolo Paulo enfatiza que quando estamos em Cristo somos dEle e ninguém pode estar contra nós ou separar os crentes do amor de Deus: (1) “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1). (2) “Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus, para mostrar, nas eras que hão de vir, a incomparável riqueza de sua graça, demonstrada em sua bondade para conosco em Cristo Jesus” (Ef 2:4–7). De forma claríssima, o apóstolo João proclama: “Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida. Escrevi-lhes estas coisas, a vocês que crêem no nome do Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna” (1 Jo 5:12-13; ver, também, Jo 1:12; 3:16–17, 36; 6:47; 10:28-29; Rm 5:1 A 5; Ef 2:1–14; 1 João 1:7–9; 2:1; 3:1). Note quão frequentemente o material bíblico fala sobre a vida eterna no tempo presente! Temo-la aqui e agora. Naturalmente, pela fé, e na Segunda Vinda de Jesus será uma realidade física.

Há duas visões extremistas da salvação. Um grupo de crentes tem muito pouca ou nenhuma certeza da salvação e experiencia conflitos internos com dúvidas, frustrações, medos, autocentramento e insalubres tensões. O outro grupo tem tanta certeza da salvação e cochila no travesseiro da autoconfiança, da autojustificação, do autoengano e se contenta com uma graça barata. Onde se encontra o equilíbrio? Somente a palavra de Deus provê-lo—viver em harmonia com a vontade revelada de Deus. O Apóstolo Paulo fala sobre a autoexaminação sob a orientação de Seu Espírito: “Examine-se cada um a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice” (1 Co 11:28). “Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem-se a si mesmos. Não percebem que Cristo Jesus está em vocês? A não ser que tenham sido reprovados! (2 Co 13:5).

Ellen G. White descreve didaticamente a certeza da salvação para os seguidores de Cristo: “Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis então, por pecaminosa que tenha sido vossa vida, considerados justos por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis aceitos diante de Deus exatamente como se não houvésseis pecado.”11 Sua declaração de que “há perigo em assumir a posição que muitos assumem, dizendo: ‘Estou salvo’”12 é frequentemente retirada de seu contexto, e a intenção dela é distorcida. Ela quer enfatizar que não se deve viver com uma falsa certeza afirmando estar salvo e, então, desobedecer mandamentos explícitos de Deus:

A santa lei de deus é a única referência pela qual podemos determinar se estamos cumprindo a Sua vontade ou não. Se somos desobedientes, nossas personagens estão fora de harmonia com regra moral do governo de Deus, e ele está dizendo uma mentira ao dizer “eu estou salvo”. Ninguém é salvo sendo um transgressor da lei de Deus, que é o fundamento de Seu governo no céu e na terra.13

Ellen White também afirma que os seguidores de Cristo devem ter uma certeza da salvação: “É necessário ter fé em Jesus e crer que sois salvos por Ele;”14 no entanto, ao mesmo tempo, ela adverte contra a graça barata e o autoengano:

mas há perigo em assumir a posição que muitos assumem, dizendo: “Estou salvo.” Muitos têm dito: “Deveis praticar boas obras, e então vivereis”; mas, à parte de Cristo, ninguém pode praticar boas obras. Muitos, hoje, dizem: “Crê, tão somente crê, e viverás.” A fé e as obras vão juntas, crer e fazer se combinam. O Senhor não requer da alma humana menos hoje do que exigiu de Adão no Paraíso, antes da queda: perfeita obediência, justiça sem mácula. O que Deus requer, sob o concerto da graça, é exatamente tão amplo como o que requereu no Paraíso: harmonia com Sua lei, que é santa, justa e boa. O evangelho não enfraquece as reivindicações da lei; ele exalta a lei e a torna gloriosa. Sob o Novo Testamento, não se requer menos do que foi exigido sob o Antigo Testamento. Que ninguém se entregue à ilusão, tão agradável ao coração humano, de que Deus aceitará a sinceridade, não importa qual seja a fé, não importa quão imperfeita seja a vida. Deus requer de Seu filho obediência perfeita.15

Nesse sentido, Ellen White adverte claramente contra a ideia de “uma vez salvo, salvo para sempre”, e explica a questão da seguinte forma (preste atenção no contexto em que ela fala sobre a salvação):

Jamais devemos repousar num estado de satisfação, e deixar de fazer progresso, dizendo: “Estou salvo.” Se é entretida esta ideia, deixam de existir os motivos para a vigilância, a oração, o esforço sincero em seguir para a frente, rumo de realizações mais elevadas. Nenhuma língua santificada será encontrada pronunciando essas palavras antes que venha Cristo, e entremos pelas portas da cidade de Deus. Então, com a maior propriedade, poderemos dar glória a Deus e ao Cordeiro, pelo livramento eterno. Enquanto o homem estiver carregado de fraquezas – pois por si mesmo não pode salvar a alma – não deve nunca se atrever a dizer: “Estou salvo.” Não é aquele que se reveste da couraça que pode se orgulhar da vitória, pois tem ele pela frente a batalha, e a vitória a ser alcançada. É o que persevera até ao fim, que será salvo. Diz o Senhor: “Se ele recuar, a Minha alma não tem prazer nele” (Heb. 10:38). Se não avançarmos, de vitória em vitória, a alma recuará, para a perdição. Não devemos erguer uma norma humana, pela qual medir o caráter. Temos visto bastante do que os homens chamam perfeição cá embaixo. A santa lei de deus é a única referência pela qual podemos determinar se estamos cumprindo a Sua vontade ou não. Se somos desobedientes, nossas personagens estão fora de harmonia com regra moral do governo de Deus, e ele está dizendo uma mentira ao dizer “eu estou salvo”. Ninguém é salvo sendo um transgressor da lei de Deus, que é o fundamento de Seu governo no céu e na terra.16

Ela explica, ainda, que, em matéria de salvação, não podemos confiar em nossos sentimentos:

Há muitos que concluem que estão salvos simplesmente por terem boas convicções; Todo o ser deve ser renovado. Cada indivíduo deve aprender por conhecimento experimental onde reside a sua verdadeira força. Ninguém pode abandonar o seu primeiro amor, sem a perda do caráter Cristão. A Igreja deve surgir do deserto, inclinando-se sobre o braço do seu Amado. Quando cada membro da igreja pode dizer, “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2:20), Cristo, então, a esperança da glória, estará revelado em Seu povo.17

Ela declara enfaticamente quando advertindo contra a graça barata e o autoengano:

Todos aqueles que dizem, “Eu estou salvo! Eu estou salvo!”, mas não obedecem aos mandamentos de Deus, estão confiando a sua salvação em uma falsa esperança, em um falso fundamento. Ninguém que tenha um conhecimento inteligente das demandas de Deus pode ser salvo em desobediência. Tão logo os homens tenham um conhecimento das palavras de Cristo, tão claramente estabelecidas na Bíblia, ser-lhes-á imputada responsabilidade.18

Ellen White descreve a alegria da salvação dos gentios que responderam à pregação do evangelho na igreja primitiva:

O Espírito de Deus acompanhou as palavras faladas e os corações foram tocados. O apelo dos apóstolos às profecias do Antigo Testamento, e sua declaração de que elas haviam sido cumpridas no ministério de Jesus de Nazaré, levaram a convicção a muitas almas que suspiravam pelo advento do Messias prometido. As palavras de afirmação dos apóstolos, de que “as boas novas” (Isa. 52:7) de salvação eram para judeus e gentios igualmente, trouxeram esperança e alegria a todos os que não haviam sido contados entre os filhos de Abraão segundo a carne.19

Estude minuciosamente a advertência de Ellen White o esvaziamento da graça de Deus de seu poder pela falsa confiança, bem como suas palavras sobre a certeza da salvação que temos apenas em Cristo:

Nunca se deve ensinar aos que aceitam o Salvador, conquanto sincera sua conversão, que digam ou sintam que estão salvos. Isso é enganoso. Deve-se ensinar cada pessoa a acariciar esperança e fé; mas, mesmo quando nos entregamos a Cristo e sabemos que Ele nos aceita não estamos fora do alcance da tentação. A Palavra de Deus declara: “Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados” (Dn 12:10). Só aquele que “sofre a tentação… receberá a coroa da vida” (Tg 1:12).

Os que aceitam a Cristo e dizem em sua primeira confiança: “Estou salvo!” estão em perigo de depositar confiança em si mesmos. Perdem de vista a sua fraqueza e necessidade constante do poder divino. Estão desapercebidos para as ciladas de Satanás, e quando tentados, muitos, como Pedro, caem nas profundezas do pecado. Somos advertidos: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia” (1 Co 10:12). Nossa única segurança está na constante desconfiança de nós mesmos e na confiança em Cristo.20

Não somente nossa segurança, mas a do universo inteiro repousa em contemplar e compreender o significado do sacrifício de Jesus. É a efetividade do que Ele realizou na cruz e não em conquistas e impecabilidades nossas ou dos anjos: “Os anjos atribuem honra e glória a Cristo, pois nem mesmo eles se encontram seguros, exceto ao contemplarem os sofrimentos do Filho de Deus. É através da eficácia da cruz que os anjos do Céu são protegidos contra a apostasia. Sem a cruz eles não se encontrariam em maior segurança contra o mal, do que os anjos estavam antes da queda de Satanás.”21

Ellen White explica corretamente a tensão saudável que cada crente tem de suportar—plena confiança em Cristo e completa desconfiança em si mesmo. Não é fácil aprender como viver este paradoxo da nossa fé e evitar posições extremas. Precisamos estar constantemente focados nEle: “Devemos ser encontrados dia após dias ligados à Videira produzindo frutos, com paciência, em nosso lar e em nossos negócios; e, em todas as ocasiões na vida, manifestando o Espírito de Cristo.”22 Neste processo, precisamos olhar insistentemente para Jesus (Jo 15:5; Fl 4:13; Hb 12:2) e não nos concentrar-mos em nosso produzir fruto que é o resultado natural de cultivar um relacionamento íntimo com Ele: “Conectados com Jesus Cristo, eles serão sábios para a salvação. Eles serão árvores frutíferas.”23

Infelizmente, muitas pessoas não têm certeza se elas serão salvas e vivem, constantemente, com necessidade da segurança e da liberdade em Cristo. Eles estão confusos, pois os eventos finais trazem-lhes temos, não sabem o que esperar no fim, e estão atormentados com questões: Será que eles serão capazes de suportar os eventos finais vitoriosos ou não? Serão eles selados com o selo de Deus ou a marca da besta? Em vez disso, hoje devemos viver em uma tensão equilibrada entre o “já” e o “não ainda”. Temos a vida eterna, mas não ainda; estamos salvos, mas não ainda; somos perfeitos em Cristo, mas não ainda; estamos santificados, mas não ainda; sentamos com Cristo no lado direito da Pai Celestial, mas não ainda. Precisamos aguardar a Segunda Vinda de Cristo quando ver-lhe-emos face a face, porque, nesse momento, nossa presente esperança e o que aceitamos pela fé, tornar-se-ão realidade física.

3. O Selo Apocalíptico de Deus—Em Qualquer Momento?

Ensina a Bíblia que os casos dos viventes podem ser trazidos diante de Deus no juízo pré-advento em qualquer momento antes do encerramento da graça? Se este fosse o caso, seria desleal e injusto como Douglas Bennett escreve: “Deus parece duro, injusto e arbitrário. Por que Ele deve finalizar o destino de uma pessoa antes do encerramento da graça, já que a vida ainda não terminou e as pessoas ainda possuem o poder de escolha?”24 Deus julga de acordo com uma decisão individual, e, no tempo do fim, haverá tais pressionando circunstâncias as quais as pessoas terão de decidir em que lado ficar—com Deus ou as forças do mal apresentadas no livro do Apocalipse (o dragão, a besta do mar, a besta da terra, a imagem da besta, e o falso profeta; ver Ap 13–18).

O selo apocalíptico é somente dado aos seguidores fiéis de Deus após a crise global final. Está intimamente relacionado à formação da imagem da besta e das falsas demandas que esse poder requer. Ellen G. White ensina explicitamente:

A imagem da besta formar-se-á antes que termine a graça; pois isso será a grande prova para o povo de Deus, pela qual será decidido seu destino. Esta é a prova pela qual o povo de Deus tem de passar antes de serem selados. Todos os que demonstrarem sua lealdade a Deus observando Sua lei e recusando aceitar um sábado falso, colocar-se-ão sob o estandarte do Senhor Deus Jeová e receberão o selo do Deus vivo. Os que renunciam a verdade de origem celestial e aceitam o domingo como sábado, receberão o sinal da besta.25

Ellen G. White explica, também, mais especificamente, quando a marca da besta será recebida:

Ninguém recebeu até agora o sinal da besta. Ainda não chegou o tempo de prova. Há cristãos verdadeiros em todas as igrejas, inclusive na comunidade católico-romana. Ninguém é condenado sem que haja recebido iluminação nem se compenetrado da obrigatoriedade do quarto mandamento. Mas quando for expedido o decreto que impõe o falso sábado , e o alto clamor do terceiro anjo advertir os homens contra a adoração da besta e de sua imagem, será traçada com clareza a linha divisória entre o falso e o verdadeiro.

Então os que ainda persistirem na transgressão receberão o sinal da besta. A passos rápidos aproximamo-nos desse período. Quando as igrejas protestantes se unirem com o poder secular para amparar uma religião falsa, à qual se opuseram os seus antepassados, sofrendo com isso a mais terrível perseguição, então o dia de repouso papal será tornado obrigatório pela autoridade combinada da Igreja e do Estado. Haverá uma apostasia nacional que só terminará em ruína nacional.”26

Além disso, a instrução/crença de que “o nome de um crente antes do fim da graça pode ser levado em juízo em qualquer momento e selado para a eternidade” é um mito: (1) o selo escatológico só vem após o protestantismo apóstata se unir com o catolicismo e impor a observância do domingo. Esta lei dominical forçará as pessoas a tomarem uma decisão, e a sua decisão final a favor ou contra Deus, a Sua lei e ao Seu povo será feita. Somente então o selo de Deus ou o selo da besta será dado. Bennett explica este ponto crucial muito bem, quando ele afirma: “parece apropriado sugerir que o fim do tempo da graça ocorrerá para todos os viventes simultaneamente, e que isto só pode acontecer após todos os viventes terem passado por um teste supremo que expõe a condição verdadeira de cada coração diante do universo.”27 Ellen White também afirma claramente: “A observância do domingo ainda não é o sinal da besta, e não o será até que saia o decreto induzindo os homens a adorar este sábado idólatra. Chegará o tempo em que esse dia será a prova, mas esse tempo ainda não chegou.”28

Hoje ainda há tempo para preparar as pessoas para a crise final por meio da pregação do Evangelho, educando e ensinando-lhas, assim elas estarão prontas para estar diante do Filho do Homem na Sua Segunda Vinda. O selo apocalíptico de Deus dos viventes não ocorrerá em qualquer momento, mas apenas após o teste final. Aqueles que escolheram permanecer ao lado de Deus serão aprovados, afirmados na corte pré-advento celestial (Dn 7:9–10, 13–14).

4. Viver sem O Espírito Santo após O Fim do Tempo da Graça

Outro mito no Adventismo é construído sobre uma grave má interpretação do ensinamento bíblico, bem como do Espírito de Profecia, a saber, o Espírito Santo estar gradualmente se retirando do nosso mundo, até, finalmente, Ele não estar mais; Assim, acredita-se que todos, incluindo os crentes, serão deixados a própria sorte. Esta crença errônea se origina de uma má interpretação da declaração de Ellen White de que “O Espírito de Deus está gradualmente Se retirando do mundo.”29 No entanto, se estudarmos esta afirmação no seu próprio contexto, descobrimos que Ellen White estava falando sobre o Espírito Santo gradualmente Se retirando do mundo pecaminoso: “Todos os adúlteros estarão fora da cidade de Deus. Já os anjos de Deus estão a trabalhar no juízo, e o Espírito de Deus está gradualmente abandonando o mundo. Muito perto está a vitória da igreja, a recompensa. A recompensa a ser concedida já está quase ao nosso alcance, e ainda há iniquidade entre os que alegam ter todo o brilho da luz celestial.”30 Por outro lado, o Espírito Santo será mais abundantemente dado aos seguidores de Deus para lhes permitir ser transformados em Sua imagem e para cumprir a missão dada por Deus.

Ellen White situa que a retirada do Espírito Santo apenas com as pessoas iníquas:

Os dias em que vivemos são solenes e importantes. O Espírito de Deus está, gradual mas seguramente, sendo retirado da Terra. Pragas e juízos já estão caindo sobre os que desprezam a graça de Deus. As calamidades em terra e mar, as condições sociais agitadas, os rumores de guerra, são assombrosos. Prenunciam a proximidade de acontecimentos da maior importância.

As forças do mal estão se arregimentando e se consolidando. Elas estão se robustecendo para a última grande crise. Grandes mudanças estão prestes a operar-se no mundo, e os acontecimentos finais serão rápidos.31

O refreador Espírito de Deus está sendo agora mesmo retirado da Terra. Furacões, tormentas, tempestades, incêndios, inundações, desastres em terra e mar, seguem-se um ao outro em rápida sequência.32

É chegado o tempo em que haverá no mundo tristeza que nenhum bálsamo humano pode curar. O Espírito de Deus está sendo retirado.33

Os ímpios passaram os limites de seu tempo de graça; o Espírito de Deus, persistentemente resistido, foi, por fim, retirado. Desabrigados da graça divina, não têm proteção contra o maligno. Satanás mergulhará então os habitantes da Terra em uma grande angústia final. Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda.34

Assim, quando a decisão irrevogável do santuário houver sido pronunciada, e para sempre tiver sido fixado o destino do mundo, os habitantes da Terra não o saberão. As formas da religião continuarão a ser mantidas por um povo do qual finalmente o Espírito de Deus Se terá retirado; e o zelo satânico com que o príncipe do mal os inspirará para o cumprimento de seus maldosos desígnios, terá a semelhança do zelo para com Deus.35

Fica, portanto, muito evidente que Ellen White enfatiza que o Espírito Santo é retirado do mundo ímpio, mas permanecerá com os seguidores fiéis de Deus. Já em Primeiros Escritos, Ellen White explica que o derramamento do Espírito Santo no fim terá duas funções: (1) terminar a pregação do Evangelho antes da Segunda Vinda de Cristo; e (2) ajudar os santos a enfrentarem período de tempo perigoso após o encerramento do tempo da graça.36 Os crentes nunca viverão sem o Espírito Santo. Deus sempre estará com o Seu povo (Mt 28:18-20; Jo 15:5). A chuva serôdia do Espírito Santo será dado em abundância aos crentes (Jl 2:23, 28-29), e será o Espírito Santo quem guiar-lhes-á vitoriosamente durante a curta crise final (Mt 25:1-10; cp. Gn 32:24–30).

Jesus Cristo explica esta verdade profunda de forma convincente na parábola das dez virgens (Mt 15:1–13). Apenas cinco virgens prudentes tinham óleo em abundância, e, devido a este óleo, elas estavam prontas para saudar o Noivo, e entra no gozo do Seu casamento. O óleo representa o Espírito de Deus; e mais precisamente, o poder transformador do Espírito Divino que lhes transforma e lhes habilita a obedecer a Deus (Ez 36:25-27). Esses crentes, que esperam a Segunda Vinda de Jesus Cristo, permitem Deus mudar seus caracteres e comportamentos, e eles são selados pelo Espírito para a vitória final. Paulo enfaticamente afirma: “porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8:14).

5. Vivendo sem O Intercessor

Quantas vezes eu ouvi em diferentes congregações da nossa Igreja a ideia de que os crentes viverão sem um Intercessor após o tempo da graça terminar, significando que eles estarão própria sorte. Esta meia-verdade é um outro mito no adventismo e está relacionada à ideia errônea de que selo apocalíptico e a apresentação de nossos casos no juízo celestial antes da Segunda Vinda de Cristo são dois eventos diferentes. Pelo contrário, eles estão intimamente relacionados. Quando o nosso nome é chamado durante o juízo pré-advento e Jesus como a testemunha verdadeira de nossa vida apresenta diante dos representantes de todo o Universo (Dn 7:9–10, 13–14) as nossas escolhas na vida, nosso caminhar e que somos encontrados escondidos “em Cristo,” o nosso destino, então, está selado e protegido antes das sete últimas pragas. Após o tempo da graça, quando a porta da misericórdia ter fechado, Jesus Cristo não mais será nosso Intercessor porque Ele tem nos “salvo definitivamente” (Hb 7:25). Este facto é muitas vezes interpretado de tal modo que os crentes viverão sem a Sua ajuda e que eles estarão em sua própria sorte. Consequentemente, eles têm de desenvolver um caráter forte e uma vontade firme para passar vitoriosamente pela crise final sem a ajuda divina, enquanto as forças do mal não estarão mais restritas pela misericórdia e pela intervenção divina (Ap 7:1–3; 14:9–11; 15:6–8). É tal entendimento bíblico? De forma alguma.

É verdade que Jesus Cristo não mais será nosso intercessor quando o tempo da graça se encerrar, mas isso não significa que viveremos independemente dEle e que Ele nos deixará em nossa própria sorte. Jesus nunca abandonará os Seus (ver Jo 10:27–28; 15:5, etc.). Após o tempo da graça de encerrar, os crentes viverão sem o Seu ministério intercessório (eles estão salvos pela Sua graça), mas nunca, nem por um momento, viverão eles sem Cristo, sem a Sua presença e o Seu poder, pois cada crente tem decidido viver em dependência total de Deus e escolhido viver em um relacionamento amoro e fiel com Ele. Conforme a luta de Jacó com o Cristo pré-encarnado demonstra (sua luta noturna vitoriosa é um tipo da experiência de fé intensa dos seguidores de Cristo no tempo do fim), a presença de Jesus Cristo nunca esteve mais perto do que antes. As lutas reais de fé trazem Seus fiéis mais perto dEle do que nunca. Esta comunhão de amor, fé e esperança com nosso Senhor Jesus Cristo jamais será desfeita ou interrompida.37

Em outras palavras, os crentes nunca ficarão a própria sorte porque não podemos alcançar o céu por conta própria (salvação é uma dádiva plena de Deus; Ef 2:4–10). Graças ao feitos de Jesus Cristo na cruz e por Sua graça, nossa salvação está assegurada por Sua justiça (Rm 1:16–17; 5:1; 8:1–5; 1 Cor 1:18, 22–24, 30; 2:2). Toda nossa segurança está posta nEle. Ele prometeu que Ele estará com o Seu povo até o fim do mundo (Mt 28:20), e o Espírito Santo guiar-nos-á durante o período final da história do mundo, quando Jesus, que nos salvou completamente, não mais será nosso Intercessor (Rm 8:14).38 Surpreendentemente, não apenas Jesus e o Espírito Santo estarão conosco, mas o Pai também (Is 57:15; 66:2). A Presença do Pai vai ser marcado com a ajuda de Seus anjos (Sl 34:7; Hb 1:14). Paulo apropriadamente declara: “Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus” (Fp 1:6).39

Sumário

Todos os cinco interpretações da Bíblia e do Espírito de Profecia mencionadas acima estão completamente erradas em seu ensinamento:

  1. Porque há dois selos de Deus, o selo de Deus não é dado apenas no fim do tempo; o selo do Evangelho/salvação é dado no início de nossa jornada espiritual com Cristo, e o selo escatológico/afirmativo/protetor é dado apenas àqueles que passarão pela crise final do planeta terra após o encerramento do tempo da graça. Este selo demonstra que aqueles que o recebem amam a Deus, a Sua lei e os Seus valores e almejaram salvar as pessoas para a eternidade. Cada selo tem um papel especial, diferente, mas complementar. Somente aqueles que receberam o primeiro selo podem experimentar o segundo. Somente aqueles que foram selados pelo selo evangélico podem no fim do tempo ser marcados pelo selo escatológico que proteger-lhes-á no tempo de angústia quando graça se encerrar. É um selo de vida em meio à destruição e à ruína; é um selo da redenção final (ver Ez 9).

  1. A Bíblia apresenta a certeza da salvação. Deus é por nós, nunca contra nós. Ele salva-nos por completo. Nós podemos saber que temos a vida eterna e que passamos da morte para a vida. Podemos, já, agora, nos regozijar no dom da salvação. Podemos ter uma certeza ousada porque esta certeza vem de Deus, de que Ele fez por nós, e não baseado em nossos feitos. Nós só precisamos permanecer em Cristo, viver a cada dia com Ele (ver Jo 5:24; 1 Jo 2:28; 3:1-5). A certeza da salvação é sempre em vista da obra e dos méritos de Jesus, e em manter um relacionamento fiel e vivaz com Deus Salvação nunca depende de nós, de nossos feitos de nossas obras, pois estes são frutos da nossa redenção em Cristo Jesus. Boas obras são importantes para a salvação dos outros, mas não para a nossa salvação.

  1. O selamento [escatológico] não ocorrerá em qualquer momento àqueles que estiverem vivos quando os eventos finais da história humana tomarem lugar, mas somente após a lei dominical for promulgada, e as pessoas decidirem estar com ou contra Deus. A controvérsia sábado-domingo será uma manifestação visível ou de lealdade e amor para com Deus ou de obediência a poderes malignos dirigidos contra Ele, Sua lei e Seu povo.

  1. O Espírito Santo não será retirado de crentes no fim. Pelo contrário, será dado a eles em uma porção ainda maior, e será o Espírito Santo quem guiar-nos-á durante o tempo final da crise. Estaremos seguro em Suas mãos! O Espírito Santo retirar-se-á apenas do mundo pecaminoso, arrogante.

  1. Nunca viveremos sem Cristo, mas apenas sem Seu ministério intercessório especial: Ele nos salvou e garantiu a nossa salvação na cruz e julgou em nosso favor diante do universo e do tribunal celestial, para que não mais precisássemos nos preocupar em ficarmos sozinhos, sem a Sua presença. Durante a luta de Jacó (Gn 32:24-30), quando o patriarca estava lutando com Deus, o Senhor estava mais próximo dEle do que nunca. Esta será a experiência do povo de Deus após o tempo da graça se encerrar. Eles serão amparados pela presença constante de Jesus, bem como Jacó foi amparado e abençoado por Ele.

Conclusão

Cinco mitos no adventismo no que diz respeito aos eventos do tempo do fim que não são biblicamente fundamentados. Podemos encarar o futuro com total confiança, pois estamos nas mãos de Deus e Ele está no controle de nossas vidas e dos eventos do mundo. Podemos confiar nEle, e deste relacionamento entre o nosso gracioso e Santo Senhor e nós depende o nosso destino. Podemos confiar na firme Palavra Profética de Deus e olhar para o futuro com esperança. A esperança da Segunda Vinda de Jesus é chamada de “bendita esperança” (Tt 2:13), a fim de que possamos nos alegrar nesta vida, tendo plena confiança nEle (1 Jo 2:28; 4:17), enquanto tendo nossos “olhos fitos em Jesus” (Hb 12:2). Este é o porquê não devemos dar ouvidos às diversas teorias da conspiração acerca dos eventos finais, mas, em vez disso, cultivar a Presença de Deus em nossas vidas e servir aos outros com alegria (Ap 14:6–7). Não podemos ser cristãos adventistas do sétimo dia “centrados no temor”, mas precisamos ser conhecidos como o povo “centrado na esperança”. O retorno de Jesus é a última esperança para a humanidade, e Ele é o único caminho para o futuro brilhante.

Deus não quer para impedir pessoas de ir ao céu. Ele não é um monarca tentando proteger o Seu reino, permitindo apenas uns poucos entrarem. Ele quer que todos sejam salvos (1 Tm 2:3–4), pois Ele não tem prazer na morte do ímpio (Ez 18:23, 32). Punição é um ato estranho para Ele (Is 28:21b) porque Ele é o Deus da vida (Dt 30:20). Isaías expressou o desejo do Senhor excepcionalmente bem: “Contudo, o Senhor espera o momento de ser bondoso com vocês; ele ainda se levantará para mostrar-lhes compaixão. Pois o Senhor é Deus de justiça. Como são felizes todos os que nele esperam!” (Is 30:18). Portanto, teologia correta sempre culmina em doxologia. Paulo pertinentemente declara: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 1:3); e novamente: “Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós, a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre! Amém!” (Ef 3:20–21).


NOTAS

1 Um excelente livro sobre auto-engano foi publicado por Gregg A. Ten Elshof, I Told Me So: Self-Deception and the Christian Life (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2009).

2 As citações bíblicas são da NVI, salvo indicação em contrário.

3 Ellen G. White, O Lar Adventista, 188.

4 É um verbo indicativo aoristo passivo segunda pessoa do plural, que significa “fostes selados” ou “marcados” (sphragizō = selar, segurar com um selo, marcar com um selo, separar com um selo, afixar ser verdade, reconhecido, provado) e está falando sobre uma comunidade de fé, crentes em Cristo Jesus.

5 Efésios 4:30 é mencionado entre a lista de exortações e é derivado de Isaías 63:10.A referência ao “dia da redenção” é uma ênfase singular na epístola de Paulo aos Efésios (4:30) e em seu contexto aponta para a Segunda Vinda de Cristo (ver 1:14).

6 A presença do Espírito Santo na vida dos crentes não é a única evidência de sua presente salvação em Cristo, mas, também, a promessa e a garantia de sua herança futura e de adiantamento de herança e o adiantamento dessa herança. Paulo fala, também, sobre ter as primícias do Espírito: “E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo. Pois nessa esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo?” (Rm 8:23–24).

7 “‘Em Cristo’ com um total de 164 ocorrências, 36 das quais estão em Efésios, é muito mais provável ser o tema central, ou, pelo menos, um tema central em Paulo” (Klyne Snodgrass, The NIV Application Commentary: Ephesians [Zondervan, 1996], p. 57; ênfase do autor).

8 Ranko Stefanovic, Plain Revelation: A Reader’s Introduction to the Apocalypse (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2013), p. 163.

9 Ibid., p. 94.

10 Para mais detalhes, ver o meu artigo “The Gospel According to God’s Judgment: Judgment as Salvation,” Journal of the Adventist Theological Society 22, no. 1 (2011): 28–49.

11 Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 62.

12 Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, 1:373.

13 Ibid., 1:315.

14 Ibid., 1:373.

15 Ibid., 1:373–374.

16 Ellen G. White, Review and Herald, 17 de junho de 1890.

17 Ellen G. White, Signs of the Times, 18 de agosto de 1890.

18 Ellen G. White, Signs of the Times, 28 de dezembro de 1891.

19 Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, pp. 172–173.

20 Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 155. A ênfase é minha. Notar que Ellen White afirma claramente que os crentes podem “saber que Ele [Cristo] lhes aceita”. Para o contexto de sua afirmação, ler especialmente as páginas pp. 155–163.

21 Ellen G. White, “What Was Secured by the Death of Christ,” Signs of the Times, 30 de dezembro de 1889. Ver Ef 1:3, 10; Fp 2:9-11; Cl 1:19-20.

22 Ellen G. White, Signs of the Times, 18 de abril de 1892.

23 Ellen G. White, Daughters of God (Hagerstown, MD: Review and Herald Publishing, 1998, 2005), p. 16. Ver, também, Ellen G. White, O Desejado de Todas As Nações, pp. 674–680.

24 Douglas Bennett, “The Good News About the Judgment of the Living,” Adventist Review (16 de junho de 1983): 14.

25 Ellen G. White, Seventh-day Adventist Bible Commentary, ed. Francis D. Nichol (Washington, DC: Review and Herald Publishing, 1957), 7:976 (Letter 11, 1890).

26 Ellen G. White, Evangelismo, pp. 234–235 (Manuscript 51, 1899).

27 Bennett, 15.

28 White, Seventh-day Adventist Bible Commentary, 7: 977 (Manuscript 118, 1899).

29 Ellen G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 431.

30 Ibid., ênfase acrescida.

31 Ellen G. White, Testemunhos para A Igreja, 9:11; ênfase acrescida; idem, Evangelismo, pp. 31–32.

32 Ellen G. White, Testemunhos para A Igreja, 6:408.

33 Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 277.

34 White, O Grande Conflito, p. 614; ênfase acrescida.

35 Ibid., p. 615; ênfase acrescida.

36 “Nesse tempo a ‘chuva serôdia’, ou o refrigério pela presença do Senhor, virá, para dar poder à grande voz do terceiro anjo e preparar os santos para estarem de pé no período em que as sete últimas pragas serão derramadas” (Ellen G. White, Primeiros Escritos, p. 86).

37 Mesmo no tempo de angústia, a nossa fé continuará a crescer, e não poderemos reivindicar a “perfeição sem pecado”, mas, ainda, sermos dependentes do sangue de Jesus Cristo para cobrir a nossa natureza pecaminosa até que sejamos glorificados na Segunda Vinda de Cristo. As boas novas são que Jesus Cristo regenera e muda os nossos corações (Jo 3:3–5), perdoa todos os nossos pecados (Is 1:16–19; 1 Jo 1:8–9), liberta-nos da escravidão do pecado (Jo 12:31–32 e transforma as nossas vidas (Rm 12:1–2; 2 Co 5:17; 1 Jo 3:1–3). Se o Filho dá liberdade, somos, de fato, livres. Pecado começou com orgulho, mas é derrotado pela humildade. Há esperança para nós porque o pecado foi vencido pela pessoa humilde de Jesus Cristo que é o Salvaguardor da liberdade, da paz e da alegria. Nossa natureza pecaminosa não muda, nem desaparecer por conversão ou de arrependimento, todavia, a nossa natureza pecaminosa, tendências ou inclinações (herdadas ou cultivadas) podem ser controladas pelo poder do Espírito Santo, da Sua palavra, e da graça de Deus (Rm 7:25; 8:1-11). Até a segunda vinda, teremos a nossa natureza pecaminosa e somente então os crentes serão completamente transformados e receberão um corpo incorruptível (1 Cor 15:50-57; Fp 3:20-21; 1 João 3:2-5). Não somos capazes de fazer boas obras por nós mesmos. Boas obras são o resultado do poder transformador da graça de Deus e da obra do Espírito Santo (Jo 1:12; 15:1–5; Rm 1:16–17; 8:1–4; 1 Co 1:18–25, 30–31; 2:12–15; Gl 5:22-23; Ef 1:10; Fp 4:13; 1 Pe 2:9–10).

38 “O tempo de angústia – angústia qual nunca houve, desde que houve nação [Dn. 12:1] – está precisamente sobre nós, e somos semelhantes às virgens adormecidas. Devemos acordar e pedir que o Senhor Jesus ponha debaixo de nós os Seus braços eternos e nos conduza durante o tempo de provação à nossa frente” (Manuscript Releases: From the Files of the Letters and Manuscripts Written by Ellen G. White, vol. 3 [Silver Spring, MD: E. G. White Estate, 1990], p. 305; Letter 54, 1906).

39 Para esclarecimentos adicionais sobre como Deus está trabalhando com o Seu povo do início até ao fim, santifica e ajuda-lhes, ver Fp 3:12–15; 4:13; Jd 24–25; 1 Ts 5:23–24; 2 Ts 3:3; 2 Coríntios 3:5; Ap 3:10; Hb 12:1–2. Ver, também, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 431; idem, O Grande Conflito, pp. 615, 623.

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